O Prêmio Nobel (fala-se “nobél”) é uma premiação concedida anualmente por instituições suecas, laureando os trabalhos, as ações ou as pesquisas em benefício da humanidade nas áreas de Física, Química, Medicina, Literatura e Paz. Existe ainda uma sexta categoria, a de Economia, a qual é referida como Prêmio Nobel de Economia, embora seu nome correto seja Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel. Essa categoria foi criada em 1968 por iniciativa do Banco Central sueco, sendo atribuído pela primeira vez em 1969.

O prêmio considera tanto atividades concluídas no ano anterior quanto aquelas ainda em andamento. Isso significa que o Prêmio Nobel de 2024 parabeniza, por exemplo, livros lançados em 2023 ou estudos científicos que, embora não tenham sido concluídos em 2023, já apresentaram resultados promissores ou causaram algum impacto.

A premiação do evento consiste em uma quantia em dinheiro, além de um diploma e de uma medalha de ouro. Nela, constam o perfil do idealizador do evento, Alfred Nobel (1833-1896), e suas datas de nascimento e de falecimento.

A premiação é administrada pela Fundação Alfred Nobel, criada em 1900. O valor do prêmio é pago pela Fundação, que é mantida pela herança do empresário idealizador da premiação.

Medalha em ouro 18k, concedida aos laureados com o Prêmio Nobel. Fonte: União Astronômica Internacional (IAU)/ CC BY 4.0

 

Os laureados pelo Prêmio Nobel são escolhidos por meio de um processo que passa por várias etapas e que envolve diversas instituições, como a Academia Real Sueca de Ciências, o Instituto Karolinska e a Academia Sueca de Letras. As indicações também são feitas por academias, cientistas e governos de outras nações, sendo estes participantes das indicações para o Nobel da Paz.

Quem foi Alfred Nobel

O prêmio foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Bernhard Nobel, conforme ele expressou em testamento. Dentre as invenções de Alfred, está a dinamite.

Nobel nasceu em 1833, em Estocolmo, e era filho de Immanuel Nobel (1801-1872), empresário que, ao longo de sua vida, obteve muitos sucessos econômicos, mas enfrentou processos de falência mais de uma vez.

Um dos momentos de estabilidade financeira aconteceu quando Immanuel mudou-se para a Rússia, onde se tornou produtor de armas. Nesse país, Alfred Nobel interessou-se pela química e realizou algumas viagens de estudo.

Em uma dessas viagens, conheceu Ascanio Sobrero (1812-1888), que em 1847 havia desenvolvido a nitroglicerina, explosivo potente, porém de pouco controle e difícil manuseio.

Alfred Nobel em 1883. Fonte: Domínio Público

 

Interessado pela produção de explosivos que não gerassem fumaça, Nobel trabalhou com a nitroglicerina e, por uma casualidade, pôde perceber que, ao adicioná-la a um material poroso, como argila, criava-se uma massa moldável que estabilizava o composto.

Foi nesse momento, em 1867, que Alfred criou a dinamite, o que ajudou a lhe trazer grande sucesso financeiro. Entretanto, em 1888, uma explosão em uma de suas fábricas causou a morte de seu irmão Ludwig. A imprensa, ao noticiar o evento, confundiu os irmãos e divulgou a morte de Alfred Nobel.

Um dos fatos mais impactantes desse acontecimento foi um obituário de Alfred, publicado na imprensa, que o chamava de “mercador da morte”, em virtude dos usos militares e terroristas da dinamite. Esse foi o momento decisivo para que, chocado com tal perspectiva, Nobel decidisse pela utilização de sua fortuna para fins relevantes e produtivos.

Como não havia se casado nem tido filhos, Nobel escreveu em seu testamento que sua herança deveria ser utilizada para a criação de uma Fundação que, além de gerir os recursos, seria responsável por premiar pessoas, independentemente de suas nacionalidades, que promovessem avanços na Física, na Química, na Medicina, na Literatura e pela Paz.

Disso se originou a Fundação Nobel, que se estabeleceu em 1900, quatro anos depois de sua morte, e em 1901 começou a distribuir os prêmios.

Desde então, mais de 900 pessoas já receberam a premiação, além de 30 organizações.

Curiosidades sobre as premiações

Nesse período, sete pessoas receberam mais de um prêmio na mesma área e apenas duas pessoas receberam prêmios em áreas diferentes: a cientista Marie Curie (1867-1934), laureada com o prêmio de Física em 1903 e o de Química em 1911, e o cientista Linus Pauling (1901-1994), com o prêmio de Química em 1954 e o da Paz em 1962.

Alguns premiados, como o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980), dispensaram o prêmio, e houve casos em que os ganhadores foram proibidos por seus governos de recebê-lo, tal como o escritor russo Boris Pasternak (1890-1960).

Jean-Paul Sartre, indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, foi um escritor, filósofo e crítico francês. Fonte: Domínio Público

 

Uma situação particular é o fato de nenhum brasileiro haver sido premiado, embora alguns brasileiros tenham feito grandes ações merecedoras do prêmio. O físico curitibano César Lattes (1924-2005), por exemplo, descobriu o méson pi, mas quem recebeu o prêmio foi o chefe da sua equipe de pesquisa. Já o médico Peter Medawar (1915-1987) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu na Inglaterra e se tornou cidadão inglês. Ele ganhou o prêmio de Medicina em 1960.

 

Yasser Arafat, Shimon Perez e Yitzhak Rabin recebendo Prêmio Nobel da Paz, em 1994, em razão das negociações de paz entre Israel e Palestina. Fonte: Saar Yaacov, GPO/ Assessoria de Imprensa do Governo/ CC BY-SA 3.0 

Referências bibliográficas

Como surgiu o Prêmio Nobel. Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS. Disponível em: https://www.pucrs.br/mct/como-surgiu-o-premio-nobel/. Acesso em: 1 abr. 2024.

HEBERLÊ, Antônio. Os Prêmios Nobel e a Ciência. Diário da Manhã, 8 dez. 2009. Disponível em https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/747066/1/cienciaHeberle.pdf. Acesso em: 1 abr. 2024.

LUNDESTAD, Geir. O Prêmio Nobel da Paz. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/recursometod/3926_Premio_Nobel_da_Paz.pdf. Acesso em: 1 abr. 2024.

MAIDANA, R. L. V.; VERONESE, F. V.; SILVEIRO, S. P. Prêmio Nobel: 1901-2009. Clinical and Biomedical Research[S. l.], v. 29, n. 3, 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/11816. Acesso em: 1 abr. 2024.

MESQUITA, E. T. et al. Prêmio Nobel: contribuições para a cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 105, n. 2, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abc/a/x5rYHmpBHJp85Ws6y99kQ9m/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 1 abr. 2024.

 

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