ALTERIDADE

Em 21 de março de 1960, em Johanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a Lei do Passe, medida que tornava obrigatória a posse de cartões que especificavam os locais por onde essa população podia ou não circular. No bairro de Shaperville, onde se concentravam os manifestantes, tropas do exército abriram fogo – ainda que essa fosse uma manifestação pacífica. Foram mortas 69 pessoas, e mais 186 ficaram feridas. O Massacre de Shapervill serviu como fundação da data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

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Podemos chamar de “racismo” um certo conjunto de ideias que relaciona atributos físicos, de um grupo de pessoas, a características intelectuais e psicológicas, como uma generalização grotesca baseada em diferenças entre seres humanos. É uma relação de poder, geralmente exercida por uma maioria que oprime uma minoria e, ao mesmo tempo, uma ação que previne aproximação para com o diferente. Dessa maneira, o racismo utiliza tais diferenças como desculpa para a manutenção do status quo. Uma vez estabelecido, surgem práticas como a segregação racial, ou seja, o isolamento cultural ou geográfico de grupos de pessoas ou etnias inteiras. Roberto Cardoso Oliveira, em Identidade e Estrutura Social (1976) define dessa maneira esse tipo de segregação: “[é a] prática de restringir pessoas a certas áreas residenciais limitadas ou em separar instituições (escolas, clubes, igrejas…) e facilidades (parques, praças, restaurantes, banheiros…) e mesmo a participação na ordem social em geral, com base na raça”.

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